terça-feira, 3 de junho de 2008

Sereis conhecidos pelos frutos (Mt. 7.20)

Não é mais novidade para ninguém que o movimento pentecostal não para de crescer. Estamos diante de uma revolução sócio-religiosa que não é mais exclusividade entre os evangélicos, pois o movimento RCC também figura nas principais estatísticas. E segundo os sociólogos da religião, os fatores que determinam o crescimento são variados. Persuasivo proselitismo dos protestantes pentecostais, instabilidade do mundo moderno, insegurança, condições sociais inadequadas, motivos filantrópicos, desejo de fazer parte de algum grupo, e assim por diante. Para se ter uma idéia, um em cada quatro morador do Rio de Janeiro se declara evangélico, e a grande maioria destes 20% pertencem a denominações pentecostais. Chama atenção o fato da cidade maravilhosa, a mais evangélica da nação, ser também a mais violenta segunda uma recente pesquisa do IBGE.

A verdade é que estamos crescendo, mas não estamos influenciando. Levam multidões aos templos com promessas tentadoras, de dar inveja ao setor de marketing das Casas Bahia. Prometem mundos e fundos. Curas milagrosas, prosperidade financeira, libertação do demônio, estão oferecendo até proteção contra dengue. Prometem o céu na terra e vaga no céu mediante uma boa oferta. E para os mais espirituais, os dons estão a disposição também.

Os dons espirituais são importantes para a igreja, todavia, a igreja de Jesus, precisar ser conhecida pelos frutos e não pelos dons. De que vale falar todas as línguas, se não tenho amor? Os dons são tão mal compreendidos e os frutos tão timidamente incentivados, que muitos reconhecem um "servo de Deus" como aquele que ora em línguas estranhas, profetisa, roda, cai na unção, sapateia no fogo e assim por diante. Mas Jesus alertou em Mateu 7.22-23:
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

A igreja nacional está cheia de dons, exatamente como aquela figueira cheia de folhas mas sem frutos, que foi amaldiçoada por Jesus (Mt.21.19). É só aparência. Somos como a igreja primitiva de Corinto, a igreja que mais fluía nos dons, mas curiosamente, a mais problemática e escandalosa. Muitos ainda tem coragem de dizer que estamos passando por um período de avivamento como nunca antes jamais visto. De fato, estamos crescendo numericamente, nossos templos cada vez maiores, mas e a qualidade onde fica? Não, mas esta caindo pó de ouro do céu. Que maravilha! Antes deveríamos ficar maravilhados com um carácter que foi transformado, com sociedades transformadas.

Definitivamente não sou contra os dons, mas acredito que deveríamos incentivar com mais veêmencia os frutos. Desejo o avivamento, uma revolução de santidade em nossa nação, mas não este pseudo-avivamento, onde o que mais importa é exaltar a placa da igreja. Pseudo-Avivamento que tem o intuito de declarar o poder de um método e deste modo dizer; Vejam como somos grandes, imitem nossas táticas apostólicas e prosperem. Não, a honra deve ser dada a Deus. O avivamento que desejo é semelhante ao Grande Reavivamento (XVII) iniciado na Ingleterra, através da figura de Jonh Wesley. Ali havia dons, mas principalmente frutos. E os frutos eram tão abundantes, que uma sociedade corrompida com era aquela, desde a alta aristocracia até os bárbaros mineiradores, foi completamente impactada. Ao ponto de Wesley, de tão maravilhado, passar a proclamar a doutrina da perfeição cristã e incentivar a todos serem exatamente como Jesus.

Daniel Grubba

2 comentários:

Anonymous disse...

Concordo PLENAMENTE com as suas palavras, Daniel!
Houve um avivamente evangélico neste paías muito grande, mas podemos perceber que foram exaltadas as placas de igrejas, e não frutos derramados pelo Verdadeiro merecedor da exaltação.
Ficando a igreja e seus dons em 1º plano, nada significa para o nosso Pai, o qual deseja frutos multiplicadores, tornando assim a revitalização na sociedade cristã nitidamente aos olhos de todos.
Temos sim que levantar nossos aprendizados na igreja e levar para nossos lares, trabalhos, escolas, onde for! Isso sim é Avivamento!
Parabéns pelas sempre certas e honestas palavras...
Deus abençôe a sua vida!

Daniel Grubba disse...

Obrigado pela comentário.
Realmente precisamos de um verdadeiro avivamento. E que Deus nos ajude a sermos instrumentos em sua obra.
Deus abençoe,
Daniel

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