quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Eu li e recomendo...A formação do Novo Testamento / Oscar Cullmann


Apesar de ser um livretinho de cerca de 100 pg. a obra de Oscar Cullman é sensacional. Não se trata exatamente de uma obra conservadora, mas está longe de ser uma crítica liberalista ao NT. Afirmo que é bem ponderada e um tanto dialética. E este equilíbrio resulta em uma obra muito interessante.
Nos primeiros capítulos Cullman faz uma análise dos principais manuscritos que temos do NT. Depois faz uma análise livro a livro. As análises dos evangelhos são excelentes, mas achei que ele se supera nas cartas paulinas e epístolas gerais. Cullman aborda em cada livro do NT as questões da autencidade, data, autoria e pesquisa com maestria os devidos contextos históricos em que os livros foram redigidos.
Não concordei com o autor em alguns assuntos, principalmente na data tardia proposta por ele, e sobre a autoria das cartas pastorias de Paulo e algumas epístolas joaninas. Recomendo a leitura a todo estudante sério do NT. É uma obra indispensável.

Soli Deo Gloria

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tesouros da Terra Santa - Do Rei David ao Cristianismo


A exposição Tesouros da Terra Santa - Do Rei David ao Cristianismo começa hoje e vai até dia 2 de novembro no MASP (Museu de Arte de São Paulo). Com curadoria de Naama Brosh e David Mevorah, 150 achados arqueológicos compreendidos entre o período de 1000 a.C. até o século I reconstroem passagens históricas ligadas à formação do judaísmo e do cristianismo. Os objetos, que normalmente ficam expostos na seção permanente do Museu de Israel, saem pela primeira vez do seu local de origem para outro país.

Por falta de maiores investimentos, a única cidade do Brasil a receber esse acervo, a princípio, é São Paulo. O diretor do Museu de Isarel, James Snyder, espera negociar patrocínio até o final de agosto para promover a mostra em outras cidades. O valor estimado de R$ 2,5 milhões para a vinda da exposição conseguiu trazer algumas peças que evidenciam a existência de Jesus Cristo.

A inscrição de Pôncio Pilatos, por exemplo, demonstra uma grande probabilidade do governador romano que levou Jesus à cruz ter existido. Outra evidência presente na exposição é o ossuário de Caifás, que pode ser um indício da presença do Sumo Sacerdote judeu que presidiu o julgamento de Cristo. Além disso, está presente a "Pedra da Vitória", entalhada por um rei de Aram, contendo a inscrição: "Casa de David", referência direta à Dinastia do Rei David.

Logo na entrada há um conjunto de fotografias tiradas em Jerusalém, representando uma colcha de retalhos da capital de Isarel, já que mostra a diversidade étnica-cultural, resultado de ocupações de povos distintos. O espaço expositivo está dividido em duas partes, a primeira delas está focada nos aspectos históricos, religiosos e políticos da Terra Santa. Já a segunda está voltada para o início do Cristianismo e o estilo de vida dos primeiros cristãos.
Há, ainda, um espaço dedicado para as crianças com contadores de histórias bíblicas, que lerão passagens como a Arca de Noé, Santa Ceia e o nascimento do menino Jesus todos sábados e domingos às 16h. Para a coordenadora geral da exposição, Andréa Calina, "a exposição é importante porque conta 1600 anos de história relacionada com os ocidentais", explica ela.

Tesouros da Terra Santa - Do Rei David ao Cristianismo
MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)
Endereço: Av. Paulista1 1578, Cerqueira César, São Paulo, SP.
Horário: terça a domingo, das 11h às 18h. Quinta até às 20h. A bilheteria fecha uma hora antes.
Preço: R$15 (inteira) e R$7 (meia).
Grátis às terças e para menores de 10 anos e maiores de 60
De 13 de agosto a 2 de novembro


fonte: http://revistacult.uol.com.br

domingo, 17 de agosto de 2008

Abertas as Inscrições para o Congresso de Filosofia e Cristianismo

O Mackenzie já abriu as inscrições para o IV Congresso Internacional de Ética e Cidadania, cujo tema é Filosofia e Cristianismo. É mais um Congresso realizado na Universidade que enfoca questões atuais que interessam os estudantes e professores de uma instituição de ensino superior confessional, como é o caso do Mackenzie.
O Congresso acontecerá nos dias 21 a 23 de outubro desse ano, no auditório Ruy Barbosa, no campus do Mackenzie em São Paulo.
O principal palestrante, Dr. Merold Westphal, é um dos membros da tríade de filósofos cristãos contemporâneos que têm conquistado o respeito dos estudiosos pelo rigor e abrangência de seu pensamento. Juntamente com Alvin Plantinga e Nicholas Wolterstorf, ele tem contribuído para aquilo que tem sido chamada de “nova epistemologia reformada,” ou seja, uma abordagem moderna do pensamento cristão às questões básicas e fundamentais da filosofia.
Dr. Westphal falará sobre os seguintes temas:

A Oração e o Eu Pós-Moderno
Como é Deus?
Usos Religiosos do Ateísmo Moderno
Fé e Conhecimento

Além de Dr. Westphal, o Congresso conta com a contribuição valiosa de pensadores e teólogos brasileiros, que participarão ativamente nos debates e discussões.

Esse Congresso, como os demais realizados anteriormente, tem como objetivo reafirmar a identidade confessional do Mackenzie. A visão cristã de mundo, também na filosofia, tem o seu lugar na reflexão epistemológica. Uma perspectiva completa e integral deve levar em conta a contribuição histórica do cristianismo para a compreensão das questões básicas com as quais os filósofos sempre se debateram.As palestras serão transmitidas ao vivo pela Internet no site do evento.

As inscrições podem ser feitas pela Internet.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eu li...Assentados nos lugares celestiais / Ana Mendez Ferrel

O livro de Ana Mendez, como não poderia deixar de ser, é um livro baseado em visões e revelações proféticas. Alias, Ana Mendez tem sido considerada como profetiza e apóstola no famoso grupo "rede apostólica internacional". Todavia, a intenção da autora em compartilhar com os leitores sua visão é nobre, porém peca na falta de fundamentação bíblica. O próprio editor Pr. Silas Quirino, no prefacio a edição brasileira, alerta aos leitores assim: Os que intentarem ler este livro de uma perspectiva meramente acadêmico-exegética, talvez, não aguentem chegar ao fim, porque sua natureza não é esta, p.10.

Ana Mendez, então, interpreta a Bíblia à luz de suas experiências pessoais, quando a regra para uma correta interpretação do texto é o oposto disso. Ela, por exemplo, diz que devemos ver e entrar no Reino de Deus literalmente (baseado em João 3). Então devemos orar, ser arrebatados e ver Deus face a face. Ou seja, não precisamos esperar morrer para isso. Como ela chegou a esta conclusão? Segundo relatado no livro, ela foi arrebata ao céu várias vezes e viu Deus e seu Reino. Então nada mais natural sugerir que este texto que registra a fala de Jesus com Nicodemus signifique o que a experiência dela a ensinou.

De fato, Ana, deseja que a igreja alcance um nível de intimidade, que ela chama, o nível da Noiva. Ser filho, para ela, não basta mais, há níveis mais profundos. O problema nesta visão é que ela foi mais uma vez demasiadamente literalista. Na página 132, ela chega a dizer que enquanto noiva, teve uma experiência com os beijos da boca do Senhor. Achei um pouco estranho. Ela testemunha assim: Numa ocasião, enquanto adorava e sentia "esses beijos" da boca do Senhor; Ele me levou, em espírito, ao céus.

Precisamos sempre nos lembrar que devemos julgar as experiências a luz da palavra de Deus e não o contrário. E Ana Mendez, como tem aversão ao estudo teológico, não se preocupa em fazer isso. O importante, segundo ela, é ser arrebatado, ouvir novas palavras de Deus, ver o Reino literalmente, etc. Chama atenção a falta de alertas para que estas experiências sejam governadas pela palavra escrita de Deus.

Como postei no artigo inteiro, acredito que é importante cultivarmos um fé viva e experimental, mas nunca podemos deixar de firmar nossos pés na sólida edificação dos apóstolos e profetas na Bíblia, e não como ela sugere quando diz que uma nova edificação apostólica está sendo alicerçada. Para Ana Mendez, estamos para viver a verdadeira unção apostólica.

Fiquei com a sensação, que ainda que ela não goste de teologia, existe neste livro uma teologia bem peculiar, e por mais que tente, não há como fugir disso. Todos que falam de Deus estão teologizando. E dentre muitas particularidades, duas chamam atenção de qualquer leitor. Primeiro, o fato de Ana tentar inculcar que nos somos espíritos e menos carne (uma visa bastante platônica e agnóstica, onde o corpo é inerentemente mal.) Segundo, a teologia bizantina de ver a Deus fisicamente, literalmente.

Acretido que Ana Mendez é uma serva de Deus, piedosa, e certamente deseja com devoção a manifestação do Reino de Deus. Não sou contra a pessoa de Ana Mendez, de modo algum. Mas lendo seus escritos, me convenço mais uma vez que a Bíblia precisa ser o alicerce de toda nossa vida cristã. Fugir disso, pode ser perigoso.

O livro pode edificar quem busca uma fé mais sobrenatural, mas não convence teologicamente.

Soli Deo Gloria

domingo, 10 de agosto de 2008

Teologia e espiritualidade são mutuamente excludentes?


A contemplação, longe de opor-se à teologia, representa, na verdade, o resultado natural de seu processo de aperfeiçoamento. Não devemos separar o estudo da verdade revelada por Deus da experiência contemplativa dessa verdade, como se fossem dois fatos completamente distintos. Ao contrário, ambos representam simplesmente os dois lados da mesma moeda. A teologia dogmática e a mística, ou a teologia e a espiritualidade, não devem ser postas em duas categorias mutuamente excludentes, como se o misticismo fosse apenas para mulheres piedosas e o estudo teológico voltado somente para homens práticos, porém, lamentavelmente, carnais. Essa separação enganosa talvez seja a explicação para muito do que, na verdade, está faltando tanto à teologia quanto à espiritualidade. Ambas pertencem, contudo, uma à outra. A menos que estejam unidas, não há fervor, nem vida, nem valor espiritual na teologia; assim como não há conteúdo, nem sentido, nem um propósito seguro na vida contemplativa. (Thomas Merton - 1915-1968)


*extraído do livro Teologia Sistemática, histórica e filosófica de Alister E. McGrath, p. 186.


Soli Deo Gloria

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A ciência é onipotente ? (William L. Craig vs. Peter Atkins)



Trecho de um debate entre o apologista Cristão William Lane Craig, e Peter Atkins, apologista ateu.
Craig deu uma aula...

O debate completo pode ser visto aqui (em inglês e sem legendas):

http://www.youtube.com/watch?v=w1Y6ev...

Assistindo o debate completo, você, caso tenha curiosidade, poderá conferir se o resto dos argumentos do ateu fizeram alguma diferença.

Créditos: Maximiliano Mendes -http://crentinho.wordpress.com/