sexta-feira, 29 de maio de 2009

O testemunho das plantas

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas... (Romanos 1.19)



Fonte: Areópago

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Resplandeça vossa luz diante dos homens (2)



O Jornal Nacional está apresentando, nesta semana, uma série de reportagens sobre o trabalho social de igrejas evangélicas que atuam no Brasil. Nesta quarta, você vai conhecer o trabalho dos metodistas nos subterrâneos da nossa maior cidade.

Eles estão lá, mas pouca gente vê ou quer ver. Vidas estacionadas nas calçadas, presas no beco escuro da indiferença.

“A cidade trata como quem não tem mais chance. Eles olham e falam: ‘Aquele não tem mais jeito’”.

É um caminho que parece não ter volta. Viver na rua transforma a vida das pessoas por fora e também por dentro.

Sensações de raiva, angustia, fome, medo vão se multiplicando. A prefeitura de São Paulo estima que 12 mil pessoas vivam dessa forma, numa espécie de prisão a céu aberto, nas ruas da cidade.

Pois quis a ironia que justamente no bairro da Liberdade, uma porta aberta para dentro de um viaduto se transformasse numa saída, numa chance para quem não tem mais nada.

Leia o restante aqui

Fonte: Jornal Nacional - Globo.com

Sujeira

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."

Eça de Queirós

Objeção a reflexão filosófica (parte III)



Na primeira parte deste breve ensaio abordamos a objeção bíblica no que diz respeito a reflexão filosófica. Na segunda parte vimos a objeção teológica. Agora vejamos na parte III: Objeção Dogmática.

Objeção dogmática

Chamo este ponto de objeção dogmática, pois é a mais infundada de todas as objeções. É pura e simplesmente baseada no senso comum, que por sua vez é o pensamento de quem tem preguiça de pensar. É uma objeção fundamentalista e epistemologicamente desprovida de seriedade. Ou seja, o dogmático apenas versa sobre algo como enxerga este algo, ou como ele aparece ser e não como é de fato. Então, se a maioria dos filósofos são ateus e hostis ao cristianismo, a filosofia passa a ser sinônimo de incredulidade. Ora, quer dizer que se a maioria dos pastores são “a pior espécie de hipócritas”, todos devem ser? Claro que não, Deus tem seus remanescentes, alguns que não se dobram a Baal, inclusive na filosofia.

Quanto a esta precipitada constatação (de que toda filosofia é ateísta) devemos ir com calma. Luis Sayão nos diz que “ainda que fosse verdade, a validade da filosofia não estaria necessariamente ameaçada” (2001, p. 8). Ora, quando você vai ao médico você não está interessado se ele é cristão ou não, mas se ele é um bom profissional. E nem quando lê o jornal e a revista semanal fica questionando se quem escreveu é cristão, apenas queremos a verdade dos fatos noticiada fielmente, e isto porque sabemos que a graça comum de Deus permeia toda a existência, de modo que a verdade é a verdade quem quer que seja seu portador.

Este aspecto ontológico da verdade deve nos fazer lembrar aos dogmáticos que por outro lado, temos filósofos de destaque em toda história que acreditavam de todo coração nas verdades cristãs. Nomes como Agostinho, Anselmo, Aquino, Blaise Pascal e Kierkegaard são grandes exemplos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Resplandeça a vossa luz diante dos homens



O Jornal Nacional vai apresentar, a partir desta terça-feira, uma série de reportagens sobre obras sociais de algumas das dezenas de igrejas evangélicas presentes no Brasil.

“Quando você pode ensinar uma criancinha que está ao seu lado, quando você pode curar a ferida de alguém está sofrendo no hospital. Todos esses gestos não são simplesmente de um profissional que está fazendo, mas alguém que tem o ideal de servir e que gostaria, através daquele gesto, alcançar a grandeza e o amor de Deus no seu coração”, afirma Benjamim Bernardes, reverendo da Igreja Presbiteriana.

“Eu gostei da parte onde diz que Deus não quer que nenhum dos pequeninos se perca. Assim como ele amou a ovelha perdida, ele ama a todos igualmente. A missão trouxe uma nova realidade para uma comunidade indígena, uma outra vida”, revela o índio caiuá Natanael Cárceres.

“Todos nós podemos fazer algo, por mais simples que seja, desde que haja no nosso coração o desejo sincero de poder servir ao próximo”, conclui Benjamim Bernardes.

Fonte: Pavablog
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Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mateus 5.16)

Neuroses eclesiásticas


RECOMENDO ESTA LEITURA

Sinopse:

É crescente o número de cristãos que têm demonstrado sua insatisfação com a Igreja, seus líderes e suas práticas. É notável, também, o surgimento dos chamados “sem-igreja”, dadas as mesmas insatisfações e decepções com a atual situação encontrada nas igrejas.

Atento a esta questão, o olhar pastoral e clínico de Karl Kepler ajuda-nos, nesta obra, a renovar as esperanças e a lidar com nossas insatisfações com nossas igrejas. Trata-se de um primeiro exame, uma análise preliminar. O autor examina focos de tensão que podem ser identificados em várias igrejas sem deter-se em questões específicas de uma ou outra denominação existente no cristianismo.

Seu exame toca em alguns pontos que podem ser causa de sofrimento para muitos irmãos e irmãs de fé. Uma vez identificados os potenciais problemas – as tais neuroses –, Karl Kepler volta-se para o texto bíblico, para o evangelho de Jesus Cristo, onde identifica modelos para os quais o leitor poderá voltar-se quando buscar alternativas mais saudáveis para sua experiência de vida cristã, seja como membro do Corpo de Cristo, seja para sua vida pessoal alicerçada nos mesmos princípios.

É, certamente, uma leitura que o levará à reflexão pessoal sobre o valor da obra de Cristo, o Médico dos médicos, que procura a saúde integral do homem e da sociedade por meio da aplicação e vivência de seus ensinos e seu exemplo.

Sobre o autor

Karl Heinz Kepler é brasileiro, natural de Panambi – RS. Criado no ambiente evangélico, numa comunidade batista alemã, creu em Jesus desde cedo, manifestando sua fé já aos 6 anos de idade. Estudou teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo – onde atualmente leciona – foi ordenado pastor, e formou-se também como psicólogo clínico na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professor nas áreas de Psicologia e de Novo Testamento, atualmente é presidente nacional do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC). Trabalha como editor de duas revistas de idiomas (Speak Up e Habla), e também edita a Bíblia Conselheira para a Sociedade Bíblica do Brasil. Casado e pai de um filho, escreveu Aba, Pai – aprendendo com nossos filhos sobre o Pai do Céu, além de vários artigos para a revista Psicoteologia.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A universalidade do desespero


"Assim como talvez não haja, dizem os médicos, ninguém completamente são, também se poderia dizer, conhecendo bem o homem, que nem um só existe que esteja isento de desespero, que não tenha lá no fundo uma inquietação, uma perturbação, uma desarmonia, um receio de não se sabe o quê de desconhecido ou que ele nem ousa conhecer, receio duma eventualidade exterior ou receio de si próprio; tal como os médicos dizem duma doença, o homem traz em estado latente uma enfermidade, da qual, num relâmpago, raramente um medo inexplicável lhe revela a presença interna. E de qualquer maneira jamais alguém viveu e vive, fora da cristandade, sem desespero, nem ninguém na cristandade se não for um verdadeiro cristão; pois que, a menos de o ser integralmente, nele subsiste sempre um grão de desespero".

Sorën Kierkegaard em O desespero humano, p. 345. (Série: Os pensadores - Abril Cultural)

A natureza sofre e geme até agora (Romanos 8.22)

Papiroflexia from Joaquin Baldwin on Vimeo.

Objeção a reflexão filosófica (Parte II)

Texto: Daniel Grubba

Na primeira parte deste breve ensaio abordamos a objeção bíblica no que diz respeito a reflexão filosófica. Agora vejamos na parte II: Objeção Teológica.

Tertuliano

Todas as críticas da interação cristianismo-filosofia parecem remontar a Tertuliano (séc. I-II), advogado romano do século III que se converteu ao cristianismo. É bem provável que ele tenha sido o primeiro a questionar o papel da filosofia para a compreensão dos conteúdos evangélicos e também o primeiro a negar aos cristãos o acesso a herança intelectual e cultural para propósitos evangelísticos. Wolfhart Pannenberg (2008, p.18) confirma este dado:

"A concepção de que a doutrina cristã nada tem haver com a filosofia, e que toda ligação com o pensar filosófico seria paga com o preço de sua autenticidade como teologia da revelação, reiteradamente se tem reportado a Tertuliano como seu ancestral ".

Sua famosa pergunta retórica ecoa até hoje: Que relação há entre Atenas e Jerusalém? Que importância tem a Academia de Platão tem para a igreja? A resposta parece ser clara para Tertuliano: o cristianismo deve se manter distante da reflexão filosófica não importa quão louvável sejam os motivos.

Porém, é no mínimo estranho Tertuliano ter questionado o papel da filosofia, uma vez que ele era alguém versado no conhecimento , apologista da fé cristã e profissional em retórica . No entanto, a resposta parece estar em seu rigoroso ascetismo e exagerado conceito de santidade. Para Tertuliano a igreja deve se manter santa e incontaminada, e este conceito seria o cerne de sua teologia. Wiliston Walker (2006, p. 98) diz que observar as palavras de Deus, segundo Tertuliano, significa uma existência separada do mundo, o qual tinha o culto idólatra dos demônios. Maurice Nédoncelle (1905-1976), filósofo e teólogo francês, também observa que:

"Para ele (Tertuliano), heréticos e filósofos são uma coisa só: fazem as mesmas perguntas, exploram os mesmos domínios, perguntam-se de onde vem o mal, porque e de onde vem o homem, como é constituído o universo, etc. Eles respondem com o auxilio de princípios obscuros que acham peremptórios e que se reduzem a palavras pedantes e ridículas" (1958, p. 33).

Para não fazer injustiça a importância de Tertuliano na história do cristianismo, Norman Geisler (2002, p. 825-826), renomado apologista cristão, sai em sua defesa dizendo que Tertuliano é acusado falsamente de irracionalismo, e que apesar de sua forte influencia na fé, ele acreditava que havia um papel importante para a razão humana na defesa da religião cristã.

Karl Barth

Alister Macgrath (2005, p.260), professor de teologia histórica na Universidade de Oxford e um dos mais influentes pensadores cristãos da atualidade, sugere que a atitude mais negativa diante da interação cristianismo-filosofia, adotada na teologia cristã recente, tenha sido a de karl Barth. Porém, isto não quer dizer necessariamente que Barth fosse contra o estudo da filosofia , ou um antiintelectual. Barth na verdade por seu próprio mérito se veio a firmar-se como um grande intelectual. Sua crítica, no entanto, era contra o uso da filosofia e revelação natural como um ponto de contato (Anknüpfungspunkt) da revelação divina com a natureza humana para fins evangelísticos. Para Barth, Deus não precisa de nenhuma ajuda para tornar-se conhecido. Quanto a este assunto, ele diz:

"Deus não se dá a conhecer pelos poderes do conhecimento humano; só se pode apreendê-lo, e ele só se deixa apreender por causa de sua própria liberdade, decisão e ação" (BARTH apud MACGRATH, 2008, p.30).

A critica que se faz da teologia existencialista de Barth, pelo menos por parte dos apologistas-polemistas da fé cristã, é justamente o caráter fideista do sistema barthiniano. Francis Schaeffer (2007, p.43) em A morte da razão diz que no existencialismo religioso de Barth “não há lugar para a razão e nem ponto de verificação”. E segundo Alister Mcgrath, isto é um problema que se volta contra o próprio sistema neo-ortodoxo barthiniano. Ou seja, como a alegação de Barth é exclusivamente baseada na revelação divina, ela não pode ser avaliada senão por essa mesma revelação, desembocando necessariamente em um círculo vicioso. Em outras palavras, Mcgrath diz que “não existem pontos de referências externos, pelos quais as alegações da neo-ortodoxia possam ser verificadas” (2005, p.145).

sábado, 23 de maio de 2009

Disseram-me que o céu não existe

Segue abaixo minha tentativa de ajudar uma irmã abordada por um pseudo-ateu.



Oi querida,
Eu vi as mensagens do pseudo-ateu sobre o céu.

01- É bem provável que ele não esteja interessado em ponderar sobre suas (nossas) justificativas e razões que nos fazem acreditar no céu (como uma existência pós-morte). Acredito que o motivo dele é debater e ver quem tem os melhores argumentos. Como ele se vale de argumentos científicos-filosóficos, de nada nos adiante falar sobre a fé, ou a Bíblia (que provavelmente ele não crê também).

02- A aposta de Pascal. Acredito que exista um bom argumento, que foi elaborado pelo filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662).

Em suma, ele diz que se apostarmos na existência de Deus (céu-imortalidade), não perderemos nada, mesmo se descobrirmos que Deus não existe e que tudo é farsa (e temos bons argumentos que revelam que o contrário é verdadeiro: Deus existe e a religião cristã não é uma farsa). Ou seja, não temos nada a perder, a vida cristã é uma vida maravilhosa de qualquer forma. E além desta vida ser a vida que escolhemos viver por se a melhor opção existencial, a próxima será ainda melhor. Então, crer em Deus e na vida futura é uma boa aposta, tanto para esta vida quanto para a futura.

No entanto, apostar no contrário é arriscado. E uma vez que o jogo da vida deve ser jogado, devemos arriscar. Então, supor que não há Deus além da sepultura (imortalidade) é uma aposta que não vale a pena fazer. Pois neste caso se o apostador errar, ele não perde somente o propósito de sua existência (a não ser que o cético acredite que a vida dele seja uma náusea, um acidente cósmico, e não exista razão para se viver), mas perde absolutamente tudo: Deus, a eternidade, céus e a vida abundante nesta terra.

Resumindo a questão, nós temos tudo a ganhar mesmo que estejamos equivocados (e não estamos), e o incrédulo tem tudo a perder mesmo que esteja certo.

Ainda há muitas outras coisas a serem consideradas, como por exemplo a filosofia naturalista de nosso amigo cético. Mas deixamos isto para um outro momento.

Espero ter ajudado,
Naquele que plantou em nossos corações a convicção da eternidade (Ec. 3.11),
Daniel

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A pessoa de espírito público

Foto ilustrativa: Jonathan Edwards pregando


Sinto-me atônito com a indiferença de tantos evangélicos para com a causa dos direitos humanos no Brasil, especialmente no que se relaciona à morte por assassinato de tantos brasileiros. Esses homicídos ocorrem num contexto em que evangélicos estão sendo igualmente assassinados. Em algumas comunidades pobres o horário do culto é determinado pelo crime organizado. Fora o fato perceptível de que a freqüência aos cultos de meio de semana tem caído por força do medo gerado pela violência.

Nesses dias de uma igreja sem alma, vale a pena ler essa citação do teólogo americano, Jonathan Edwards (1703-1758):

"O amor cristão é oposto ao espírito egoísta, no sentido de que ele é misericordioso e liberal, por este mesmo motivo ele dispõe a pessoa a ter um espírito público. Um homem com um espírito correto não é um homem de visões estreitas e privadas, mas alguém grandemente interessado e preocupado com o bem da comunidade à qual pertence, e particularmente à cidade ou vila na qual reside, portanto trabalha para o verdadeiro bem estar da sociedade da qual ele é membro. Deus mandou os judeus que foram levados longe, para o cativeiro da Babilônia, que procurassem o bem daquela cidade, embora esta não fosse seu lugar de nascimento, mas apenas a cidade do seu cativeiro".

Como explicar o protestantismo brasileiro à luz de uma declaração como essa? Toda a contribuição que poderíamos dar para o desenvolvimento e cura dessa nação é obliterada por um discurso que aliena e conduz os que se dizem salvos a se sentirem culpados apenas nas ocasiões em que praticam seus pecados privados, muitos dos quais restritos ao templo. O sujeito se arrepende porque não participou do ensaio do coral, porque não deu sua oferta ou não foi à vigília, mas não tem a mínima preocupação com o fato de que milhares estão sendo explorados, torturados e mortos ao seu redor, enquanto ele e os seus amigos permanecem preocupados com o próximo festival de música da igreja.

A ausência de um espírito público é grave sinal de uma conversão insincera, fecha o coração de milhares para a pregação do evangelho e faz com que o Espírito Santo se aparte das nossas assembléias.

Texto: Antonio Carlos Costa

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Objeção a reflexão filosófica (Parte I)

Texto: Daniel Grubba

A interação entre filosofia e cristianismo é uma relação de amor e ódio. Desde os primórdios da fé cristã até os dias modernos esta parece ser uma questão ainda não resolvida.

Os que advogam a irrelevância do conhecimento filosófico para o cristianismo, naturalmente se armam de uma série de argumentos filosóficos e sem querer tornam-se contraditórios, pois argumentam mediante um processo que condenam. E foi por esta ironia que o filósofo e matemático francês Blaise Pascal disse: “Zombar da filosofia é, em verdade filosofar” (PASCAL apud SAYÃO, 2001, p.10). Isto é, todo aquele que ridiculariza o exercício filosófico, somente o faz através de uma reflexão filosófica. Entretanto, a questão é a qualidade desta reflexão, se é consistente ou não. Vejamos então as principais objeções dos críticos da interação entre o cristianismo e a filosofia.

Objeção bíblica

A primeira objeção sempre parecer ser esta: textos bíblicos. E é natural que seja assim. Isto porque este tipo de crítico da interação cristianismo-filosofia, pela pobreza de alcance de sua argumentação filosófica, sempre se valerá de algum versículo que encerre a discussão sem maiores reflexões. Seu método argumentativo, em virtude da preguiça intelectual, se dá através do caminho mais rápido e fácil: a recitação de versículos antiintelectuais.

Vejamos apenas dois textos comumente usados para refutar o estudo da filosofia: Colossenses 2.8 e 2 Coríntios 3.6

Colossenses 2.8Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.

Uma leitura superficial parece sugerir uma condenação paulina acerca do exercício filosófico. Todavia, um estudo mais detalhado do contexto histórico-religioso da igreja em Colossos deixa claro que Paulo não estava condenando a filosofia em si, mas um tipo específico de filosofia: a filosofia vã e enganosa. De acordo com as evidências externas e internas do texto, é possível que Paulo esteja condenando um sistema de pensamento sincrético, que mistura elementos judaizantes e gnósticos . Além do mais, Paulo era um ex-fariseu, erudito da principal academia judaica do primeiro século (escola de Hillel) e um profundo conhecedor da filosofia e literatura grega (Atos 17.27, 28; Tito 1.13,14). Cabe uma pergunta aqui: Como Paulo poderia condenar algo que, em algumas ocasiões serviram para ele como “ponto de contato” com a cultura específica de um determinado local, conforme mostra com exatidão o registro de sua homilia com os filósofos de Atenas (Atos 17.15-34)?

2 Coríntios 3.6Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.

Este texto parece ser o mais usado contra aqueles que procuram desenvolver uma vida intelectual no ambiente cristão, principalmente os que declaram seu “amor pela sabedoria” (significado etimológico da palavra filosofia). Eu mesmo cansei de ouvir esta ameaça: irmão cuidado, a letra mata! Na verdade, eu sei que meus irmãos não fazem por mal, pois a sinceridade de sua crítica ao intelectualismo reside no fato de que no processo do acúmulo cognitivo do saber, muitos cristãos se tornam inoperantes e improdutivos no pleno conhecimento do Senhor (2 Pedro 1.5-9). Todavia, uma coisa é a experiência do fracasso espiritual de alguns, outra complemente diferente é usar um texto fora de contexto. Trata-se, pois, de um argumento falacioso.

Como este breve ensaio não tem objetivo exegético, basta elucidar que o texto bíblico em questão não se refere a reflexão filosófica ou ao estudo diligente das letras, mas aborda o perigo do legalismo. Isto é, ao fatal apego a Lei mosaica para a salvação. E por esta razão, a afirmação de Paulo é contundente em dizer que a “letra mata”. A perícope de 2 Co. 3.1-18 é uma questão teológica tipicamente paulina. De acordo com Rick Nañez “a letra a que Paulo se refere é simplesmente a lei da antiga aliança” (2007, p.70).

Porcos "Kosher"

São tantas as desgraças da cristandade, que devemos nos dar o luxo de rir delas...

Via Pavablog

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ana Paulo Valadão critica Teologia da prosperidade

Indo na contra-mão do sistema evangélico atual, a querida Ana Paula (Diante do Trono) desceu o sarrafo na teologia da prosperidade. Veja o trecho da pregação. Gostei!!!



Fonte: http://amenidadesdacristandade.blogspot.com/

Da intolerância exegética


A fúria que inspiraram o espírito dogmático e o abuso da religião cristã malcompreendida já derramou sangue o bastante; já produziu desastres na Alemanha, na Inglaterra, até mesmo na Holanda quanto na França [...] A tolerância nunca provocou guerras civis; a intolerância cobriu a terra de morticínios [...] O direito da intolerância é, portanto absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, sendo bem mais horrível também, porque os tigres dilaceram suas presas para comer, enquanto nós nos exterminamos por causa de alguns parágrafos"

Voltaire (1694-1778) em Tratado sobre a tolerância, p. 29-39.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Seminário de Criacionismo na PIB Brás



Pode o criacionismo bíblico ser analisado a luz da ciência?

Ciência e Teologia unidas em uma série de conferências para expor a origem de todas as coisas.

O evento sera conduzido por Adauto Lourenço, professor e pesquisador, formado em Física pela Bob Jones University (USA), Mestrado em Física Nuclear pela Clemson Universty e membro da American Physics Society.

Confira a programação:
Módulo 1 - A origem das teorias
22/maio (sexta) às 19h45

Módulo 2 - A origem do universo
23/maio (sábado) às 16h00

Módulo 3 - A origem dos fósseis
23/maio (sábado) às 19h00

Módulo 4 - A origem da vida
24/maio (domingo) às 9h00

A PIB Brás fica na rua Major Otaviano, 363 - próximo à estação Bresser do Metrô.
Informações: (11) 2693-1764 / pibbras@terra.com.br
ENTRADA FRANCA

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Um exemplo de vida

Nível mental do brasileiro é de nove anos de idade


É o que diz Falabella (foto) em sua entrevista ao site UOL. Segue alguns trechos pertinentes:

"O nível mental das pessoas que assistem à tevê no Brasil é por volta de 9 anos de idade. Em comparação a um jovem francês, o que lê um jovem brasileiro? Um jovem francês lê 200 vezes mais. E um país que não tem educação nos condena à mediocridade. Aqui mesmo tem diálogos e piadas que as pessoas não entendem, porque não têm informação".

UOl pergunta: O que falta na TV?

"Ela precisa se repensar urgentemente, como um todo. Nós precisamos apontar novos caminhos - mas é muito difícil. Porque nós trabalhamos com uma matéria-prima que é a palavra. Quanto menos educado é o povo, menos você pode dizer as coisas, por que as pessoas não entendem. As pessoas não leem e não sabem escrever. É aterrador. Por isso enfatizo a educação. O povo precisa ser educado, a leitura tem de ser incentivada. Não sei o que vai acontecer, mas, obviamente, mudanças são necessárias".

Materia completa, clique aqui
Fonte: Portal UOL
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O blogueiro é obrigado a concordar com o caro Falabella. Falta leitura, falta reflexão. Só existe TV de péssima qualidade, porque existe consumidor para tal. Leiam, por amor a alma de vocês, leiam!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A volta do filho mais velho


Todos nós ficamos maravilhados com o retorno do filho pródigo e a maneira absurdamente graciosa que o Pai o recebeu de volta ao lar. É uma parábola que toca nosso ser, uma vez que este filho impenitente representa todos nós: pecadores aceitos incondicionalmente pelo amor do Abba.

No entanto, não prestamos atenção, que o filho mais velho também representa um outro aspecto do nosso relacionamento com Deus. É um filho igualmente perdido, todavia perdido dentro do lar, separado não pela distância geográfica, mas existencial-relacional.

Podemos ver o distanciamento do filho mais velho em relação ao pai, no momento em que o filho pródigo retorna (a festa começa), e ele abre a boca em resposta ao Pai: Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos.

  • Quais são as características do filho mais velho, que demonstram seus distanciamento em relação ao Pai?

01º- Há tantos anos te sirvo... Está claro que, para o filho mais velho (crente de carterinha), o relacionamento com Deus é baseado no serviço. A lógica é: quanto mais servir a Deus, mais Ele me amará. E para tanto, basta ir a todos cultos, programações, novenas, procissões proféticas, e Deus então, recompensará o santo esforço. Acontece que se a fé manifestar-se apenas no serviço eclesiástico, cedo ou tarde, tornar-se-a um enfadonho e cansativo ciclo. E mais: é pura jactância achar que podemos comprar o amor gratuito de Deus através de nossos esforços.

02º- nunca transgredi um mandamento seu... Aquele que serve com o intuito de ganhar a Deus, certamente desenvolverá um elevado conceito de si mesmo. O filho mais velho, tinha a certeza de que nunca tinha transgredido um mandamento do Pai. É flagrante a auto-justificação. E quem envereda por esta caminho, torna-se um religioso fundamentalista e moralista implacável. A partir de sua suposta santidade, ele julga como "pródigo" todo aquele que não esta em seu nível de santidade. Quando o filho pródigo voltou, ele foi o primeiro a questionar a falta de uma correção firme do Pai, e se afastou deles. Por incrível que pareça, o filho mais velho achava que tanto o pródigo quanto o Pai estavam sujos e contaminados pelo pecado.

03º- contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos...Definitivamente, o personagem secundário da parábola de Jesus, não conhecia o Pai. Morava na mesma casa, mas em uma dimensão diferente. O filho mais velho tinha a ideia fixa de que servir ao Pai era seguir uma lista estóica de "não podes". Era impensável festejar enquanto o Pai estive vivo. Quanto o filho prostituto voltou com festividades, ele entrou em choque. Como assim? Festa, bebida, comida? Como assim, Jesus era bebedor de vinho? Como assim, ele é crente e toma um golinho de vinho, assiste novela, ouve música secular, vai ao estádio, cinema e teatro? Pior, faz tudo isto e o Pai não diz nada? E eu aqui, todo certinho, crentinho, santinho... A GRAÇA É UM ESCÂNDALO!!!

A parábola não revela, mas o filho mais velho pode ter tomado duas atitudes. A primeira é: vou me aproximar de meu Pai, e conhecê-lo verdadeiramente, não segundo a caracterização farisaica introjetada pela religião. Hoje mesmo chamarei o meu irmão e meu Pai para celebrarmos a vida. A segunda: vou me distanciar deste libertinos, e deste Pai frouxo, que aceita os caídos e doentes, sem uma correção exemplar. Eu tomei a minha decisão e você?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vinho Novo


Sempre haverá esperança. Enquanto houver inconformados neste mundo haverá esperança. Se por outro lado prevalecer a introjeção do status quo, não resta nada, a não ser o lamento de quem busca a beleza da vida.

Estou decidido a buscar Deus nos lugares inesperados, posto que na pomposa cidade templária de Jerusalém existe a forma, mas na estrebaria fétida de Belém existe a essência. E se na face do estereótipo da religião existe a perversidade da implacável acusação, nas lágrimas da prostituta que beija os pés do Mestre existe a graça. É assim, uma vez que a totalidade do que é belo (e analisando o belo como um efeito), tem uma causa: o Deus das belezas infindáveis - Causa primeira.

Todo dom perfeito vem do pai das luzes, e neste negócio não há monopólio. O dom é tão livre quão livre é o doador da vida eterna, e quem quiser detê-lo é tão louco quanto o que diz possuir autoridade sobre a luz do sol. E por estar demasiadamente exposto as insanidades dos que se dizem detentores do exclusivo poder divino, que anseio desesperadamente o vinho novo em odres novos. Os odres da minha existência estão rachados, resultado de exaustivos goles dos empobrecidos vinhos da religião.

Quero experimentar a vertigem da liberdade, quero amar com profunda devoção o Deus encarnado no meigo rabi da Galileia, e livrar minha alma de uma vez por todas da falsa imagem que criei de uma divindade mesquinha e limitada. Como disse o filósofo Blaise Pascal; "Deus fez o homem a sua semelhança e o homem, em retribuição criou fez Deus à sua imagem". Ora, Deus nos fez belos sendo ele a Beleza por essencialidade, e nós o tornamos de uma tal feiura tiranizada. Um deus feio que detesta a liberdade da expressão da pura arte e nos impede de viver a transcendentalização de nossas misérias.

Que nosso propósito seja conhecer e prosseguir em conhecer o Deus de todas as belezas e divinidade das coisas belas, contemplando nelas os arquétipos de um mundo chamado Nova Jerusalém, cidade do Autor da vida, posto que a velha caducou.

Meu amigo Jean-Paul Sartre (1905-1980)


Sartre é muito interessante. Na verdade estou aprendendo a me relacionar com sua filosofia existencialista. A princípio eu não gostava muito dele, minha ortodoxia preconceituosa o via apenas como um ateu perdido. Então um dia me deparei com o argumento de Sartre que questionava "se Deus é causa de tudo, então qual a causa anterior a Deus?" Passei a ponderar, procurei respostas nas cinco vias de Tomás de Aquino, depois voltei a Sartre...e fui deixando de lado seu ateísmo para entender o seu mundo.

Como um expoente do existencialismo, a preocupação de Sartre é a totalidade da existência humana, que para ele é nauseante. O homem deve descobrir o significado do ser para si. Interessante que Sartre não é diferente do existencialista que escreveu Eclesiastes, segundo o qual, a vida é pura vaidade. É igualmente monótona, pois não há nada novo debaixo do sol. Mas isto é algo não muito falado nas igrejas em virtude das palavras motivacionais e triunfalistas que esmagam a verdadeira realidade da nossa existência. Devemos ser sempre triunfantes, vitoriosos, alegres, guerreiros, endinheirados, saudáveis, é quase um super homem da fé. A existência orientada por este prisma é uma disneylandia, e ninguém que seja sincero consegue viver o tempo todo assim...O que dizer do meu Jesus? Nele que se encerra o significado de tudo e ainda diz: no mundo tereis aflições.

deus de minhas neuroses

Filho pródigo de Rembrandt (1669)


Bisbilhoteiro cósmico
Grande adversário santo
Suscita medo e vertigem
Implacável ser

Infinitas orações jejuns sem fim
O que devo fazer mais?
Nada é suficientemente bom
Incontrolável insaciabilidade divina

Crise do eu-real
Decretos que não mudaram nada
Asquerosas barganhas templárias
Pobre deus idealizado

Na companhia dos porcos
Comendo suas comidas imundas
Quão humilhado
Voltarei para o Abba

(Daniel Grubba)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O delírio de Dawkins

Nestes vídeos, o filósofo Dr William Lane Craig expõe de maneira límpida e cristalina a falha completa e irrecuperável do argumento central do livro “Deus, um Delírio”, escrito por Richard Dawkins.

O delírio de Dawkins – parte 1



O delírio de Dawkins – parte 2



William L. Craig é doutor em Teologia pela Universidade de Munique e em Filosofia pela Universidade de Birmingham. É autor dos livros A Veracidade da Fé Cristã e Filosofia e Cosmovisão Cristã.

Fonte: Apologia

Grandes pensadores da blogosfera



O Rodrigo, do blog "Reflexões acerca da vida", criou este selo para homenagear os blogueiros pensadores, que usam seus blogs para formar opinião e sucitar um debate construtivo acerca de temas importantes no meio cristão. Entre os presenteados está o caro Leonardo Gonçalves do Pulpito Cristão que por sua vez me presenteou com o selo, que apesar de definitivamente não merecê-lo, recebo com todo carinho.

Agradeço, portanto, ao Léo, pelo presente!

Como já é praxe, eu tenho que indicar outras seis pessoas. Vou logo avisando que não indico ninguém só por indicar: sempre procuro ser fiel ao propósito da premiação. Portanto, na minha opinião, entre os grandes pensadores da blogosfera estão:



Carlos Vailatti – Blog do Vailatti
Vitor Grando – Despertai Bereanos
Eliel Vieira – Desconstruindo
Maximiliano Mendes – Areópago
Leandro Teixiera – Liberdade é pensar
Wagner kaba - Apologia



Aos que receberem o selo, ficam as regras para que possam prestigiar outros também:

1. Escolher, pelo menos outros 5 blogs que condigam com a ideia desta premiação.
2. Entrar em contato com os blogs premiados, claro!
3. Montar uma postagem explicativa, nos moldes desta.
4 . Ter o link do blog que o indicou.
5. Manter o link do selo direcionando para o este post.
6. Apresentar os blogs homenageados.



Abraço a todos!

Daniel Grubba

terça-feira, 12 de maio de 2009

Porque a filosofia deve existir?



Encontrei uma resposta excepcional em um dos textos mais esclarecedores que já li. O título do texto é "A busca do saber em tempo de guerra" e o autor é alguém que considero um dos notáveis do século XX, C.S. Lewis. Com a palavra meu caro:

"Se o mundo todo fosse cristão, não importaria se o mundo todo não tivesse formação escolar. Como as coisas são, no entanto, a vida cultural existirá fora da Igreja, quer exista dentro dela, quer não. Ser ignorantes e simples agora - não estar aptos para enfrentar os inimigos em seu próprio campo - seria abrir mão de nossas armas e trair nossos irmãos sem formação acadêmica, que, abaixo de Deus, não ter nenhuma defesa contra os ataques intelectuais dos pagãos, a não ser a defesa que lhes podemos oferecer. A boa filosofia deve existir. Se não for por outra razão, porque a má filosofia precisa de resposta".

C.S. Lewis em O peso de gloria, p. 61-62

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vídeos do II Simpósio Internacional Darwinismo Hoje

Realizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie o Simpósio teve o objetivo de promover um amplo debate sobre as interpretações do Darwinismo, do Design Inteligente e do criacionismo. A realização da segunda edição do Simpósio Internacional “Darwinismo Hoje” se justifica, não somente por causa do 150º. aniversário da publicação do livro de Darwin “A Origem das Espécies” em 2009, como também por causa do sucesso do I Simpósio.

O evento foi realizado nos dias 13 a 16 de abril de 2009, nos campi São Paulo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Estão disponíveis as palestras de

- Dr. John Lennox
- Dr. Paul Nelson
- Dr. Marcos Eberlin
- Dr. Aldo Mellender
- Dr. Gustavo Caponi
- Prof. Maurício Tuffani

E o debate na Mesa Redonda.

Formatos:

- Flash Video - FLV - 640x480 - 640Kbps
- Windows Media - WMV - 320x240 - 320Kbps
- IPhone/iPod touch - MP4 - 320X480

Link: http://www.mackenzie.br/2_darwinismo_videos.html

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Testemunho Brian Head, Korn



Ex Guitarrista do Korn da o seu testemunho,estava já perdendo sua vida por causa das drogas e perdendo a sua filha também,mas Deus correu na frente e salvou esta alma!

Fonte: Thiago Mendanha

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Carta para a religião


Quebrarei o feitiço
de sua frágil estabilidade
direi o que não previas
não terei seus aplausos

destoarei o ritmo
de sua dança mística
de um só ritmo
frígida e adestrada
quase em pedras

tenho crises
divago meus insights
sinto-me entediado
por vezes insatisfeito
proponho variações possíveis
atiro contra a seqüência
e duvido da unanimidade
assim percebes que sou diferente

em meu próprio ritmo
continuo dançando no teu salão
mas agora improviso
vou em contratempo
em harmonias menores
quase tristes (de tão belas)
assim percebes que sou diferente

a força que te sustenta
também a sufocará
e eu, eu sim serei forte
não hoje...
mas tudo bem,
caso queira matar-me
coloque-me na próxima cruz
e me rirei de ti
ó pobre RELIGIÃO



Uma carta para a religião
(Paulo Roberto Cicolani)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Amazing Grace



Nós, cristãos contemporâneos, temos o péssimo hábito de desconhecer - para não dizer desprezar - as nossas raízes e história. Talvez seria surpresa para muitos saber que foi um grupo de evangélicos, liderados por William Wilberforce, que aboliram a escravidão na Inglaterra, assinando o Ato contra o Comércio de Escravos de 1807. Este filme trata justamente da vida de William Wilberforce, deputado britânico e cristão fervoroso, que dedicou sua carreira política à causa abolicionista. Jornada pela Liberdade é um chamado ao despertamento social e político no meio evangélico. (Vitor Grando).

Veja uma breve biografia de Wilberforce:
http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Wilberforce

Leia o artigo Quem acabou com a escravidão?

Veja o clipe do belo hino que dá título ao filme:
Amazing Grace

Meu amigo Vitor, do blog Despertai Bereanos esta fazendo um sorteio deste dvd.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Credo ut intelligam

Segue abaixo uma linda oração do arcebispo Anselmo de Cantuária (1033-1109).

"Senhor, reconheço, e rendo-te graças por ter criado em mim esta tua imagem a fim de que, ao recordar-me de ti, eu pense em ti e te ame. Mas, ela está tão apagada em minha mente por causa dos vícios, tão embaciada pela névoa dos pecados, que não consegue alcançar o fim para o qual a fizeste, caso tu não a renoves e a reformes. Não tento, ó Senhor, penetrar a tua profundidade: de maneira alguma a minha inteligência amolda-se a ela, mas desejo, ao menos, compreender tua verdade, que ao meu coração crê e ama. Com efeito, não busco compreender para crer, mas creio para compreender. Efetivamente creio, porque, se não cresse, não conseguiria compreender."

Aqui está uma oração de um grande filósofo medieval e também criador do argumento ontológico. Além da espiritualidade linda expressa na oração, Anselmo coloca as coisas em seus devidos lugares: a razão a serviço da revelação para fortalecer a fé, é crêr para poder compreender (Credo ut intelligam).

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sol do meio dia



Sol que alumia a vida,
branda paz que me laçou,
em braços feridos e abertos,
Luz a mim então raiou.

Nunca deixe que se apague
esta luz que me alumia,
nem que o dia se acabe
e se torne tarde fria;

Fria tarde de tormenta,
triste dor que desatina,
olhos rasos na retina,
fria dor que não se esquenta.

Tarde vai, vem noite fria;
em meu peito o gelo, o pranto;
chorei por um acalanto,
gritei ninguém me ouvia.

Mas no meio da tormenta
uma voz então se ouvia:
SOU a chama que te esquenta,
SOU o Sol que te alumia

Te clareio dia e noite
Te afago noite e dia
Isto me custou açoites
E o pranto de Maria

De Marias sois milhares;
Joãos, Pedros e Marias...
Que em amargas noites frias
Prantearam pelos ares

Ares que choravam dores
Noites que faltavam luz
Pranteei por meus amores
Pendurado numa cruz

Cruz que deste ao triste pranto
Novo tom que não se via
Transformara a noite escura
Em um “Sol do meio-dia”.

Transformara a noite escura
Em um “Sol do meio-dia”...

Autor: Meu caro amigo, Paulo Roberto Cicolani

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Memorial de Blaise Pascal (1623-1662)



Blaise Pascal (1623-1662) foi um grande matemático e filosófo francês. Era contemporâneo e conterrâneo de René Descartes, e apesar das muitas semelhanças (ambos eram matemáticos) não seguiu o método racionalista cartesiano, mas apelou ao coração. Pascal era um homem do pathos (paixão em grego). Depois de sua morte um empregado encontrou um bilhete costurado em sua roupa, considerado seu testamento, que sempre carregava consigo. Neste memorial escreve:

"Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, e não dos filósofos e dos sábios. Certeza, certeza, sentimento, alegria, paz. Deus de Jesus Cristo. Deus meu e Deus vosso. "Teu Deus será meu Deus". Esquecido do mundo e de tudo, exceto de Deus. Não se encontra a ele fora do caminho ensinado no Evangelho. Grandeza da alma humana. "Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci". Alegria, alegria, lágrimas de alegria. Dele me separei: deriliquerunt me fontem aquae vivae. "Meu Deus, vós me abandonareis?" Que não me separe dele eternamente. "Esta é a vida eterna: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo. Jesus Cristo. Jesus Cristo. Eu me afastei dele, evitei-o, neguei-o e crucifiquei-o. Que eu jamais dele me separe. Não se conserva a não ser pelos caminhos ensinados no Evangelho. Renúncia total e doçura. Submissão total a Jesus Cristo e a meu diretor. Alegria eterna por um dia de provação na terra. Non obliviscar sermones tuos.
__________________
Fonte: ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. Editora Paulus.

Hábitos de leitura

Foto: Livros que estou usando na minha atual pesquisa de filosofia


Juliana Dacoregio, do blog Heresia Loira publicou seus hábitos de leitura. Por gostar da idéia, resolvi escrever aqui também os meus hábitos de leitor:

- Amo ler em casa, ouvindo música clássica ao fundo e tomando um cafézinho fresco. Sou transportado para outro mundo.
- Geralmente fico contemplando meus livros, admirando a estante, e super indeciso para decidir qual será a próxima leitura.
- Detesto ter que emprestar meus livros, fico irritado quando demoram para devolvê-lo.
- Fico triste quando tenho que devolver os livros que pego na Biblioteca da faculdade, queria todos eles para mim.
- Rabisco e sublinho todos meus livros. As bordas de todos eles estão cheias de anotações. Quem pega emprestado meus livros tem que ler o livro e as anotações por tabela.
- Tenho compulsão em comprar livros e ainda assim a lista de livros que quero comprar não para de crescer.
- Faço enormes listas de livros para minha esposa dar de presente para mim nas datas especiais.
- Quando vou na biblioteca tiro fotos dos livros com o celular para poder comprá-los depois.
- Faço um esforço para ler o livro até o fim, mesmo que o livro seja um saco.
- Leio vários livros ao mesmo tempo, mas procuro ler ao menos um livro inteiro por semana.
- Tento ler a Bíblia ao menos um vez ao ano.
- Aprendi a ler enquanto estou no transito caótico de SP, mas receio que um dia eu baterei o carro por isso.
- Fico extremamente feliz quando minha excelentíssima esposa lê junto comigo seu livros de psicologia.
- Sei o cheiro de todos meus livros e adoro cheiro de livro novo.
- Espero ansiosamente os livros que compro na internet chegarem na porta de casa.
- Gosto de ir ao dentista, ao banco, ao medico e onde mais tem fila, só para ter o prazer de ler.
- Entro nas grandes livrarias de SP e fico absolutamente perdido. Este é um dos meus programas favoritos.
- Não troco de jeito nenhum o bom e velho livro de papel por e-books. E detesto fazer leituras longas no micro.
- Minha mochila que me acompanha todos os dias parece uma biblioteca de tantos livros que há nela.
- As vezes me dá vontade de fumar cachimbo enquanto estou lendo, mas acredito que minha religião não permite tal excentricidade. E desconfio que minha esposa me colocaria para fora de casa, ela odeia fumaça...rs..rs..

Estes são meus hábitos e os seus? Compartilhe também, escreva no seu blog e coloque o link do post aqui.