quinta-feira, 28 de maio de 2009

Objeção a reflexão filosófica (parte III)



Na primeira parte deste breve ensaio abordamos a objeção bíblica no que diz respeito a reflexão filosófica. Na segunda parte vimos a objeção teológica. Agora vejamos na parte III: Objeção Dogmática.

Objeção dogmática

Chamo este ponto de objeção dogmática, pois é a mais infundada de todas as objeções. É pura e simplesmente baseada no senso comum, que por sua vez é o pensamento de quem tem preguiça de pensar. É uma objeção fundamentalista e epistemologicamente desprovida de seriedade. Ou seja, o dogmático apenas versa sobre algo como enxerga este algo, ou como ele aparece ser e não como é de fato. Então, se a maioria dos filósofos são ateus e hostis ao cristianismo, a filosofia passa a ser sinônimo de incredulidade. Ora, quer dizer que se a maioria dos pastores são “a pior espécie de hipócritas”, todos devem ser? Claro que não, Deus tem seus remanescentes, alguns que não se dobram a Baal, inclusive na filosofia.

Quanto a esta precipitada constatação (de que toda filosofia é ateísta) devemos ir com calma. Luis Sayão nos diz que “ainda que fosse verdade, a validade da filosofia não estaria necessariamente ameaçada” (2001, p. 8). Ora, quando você vai ao médico você não está interessado se ele é cristão ou não, mas se ele é um bom profissional. E nem quando lê o jornal e a revista semanal fica questionando se quem escreveu é cristão, apenas queremos a verdade dos fatos noticiada fielmente, e isto porque sabemos que a graça comum de Deus permeia toda a existência, de modo que a verdade é a verdade quem quer que seja seu portador.

Este aspecto ontológico da verdade deve nos fazer lembrar aos dogmáticos que por outro lado, temos filósofos de destaque em toda história que acreditavam de todo coração nas verdades cristãs. Nomes como Agostinho, Anselmo, Aquino, Blaise Pascal e Kierkegaard são grandes exemplos.

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