sexta-feira, 1 de maio de 2009

Memorial de Blaise Pascal (1623-1662)



Blaise Pascal (1623-1662) foi um grande matemático e filosófo francês. Era contemporâneo e conterrâneo de René Descartes, e apesar das muitas semelhanças (ambos eram matemáticos) não seguiu o método racionalista cartesiano, mas apelou ao coração. Pascal era um homem do pathos (paixão em grego). Depois de sua morte um empregado encontrou um bilhete costurado em sua roupa, considerado seu testamento, que sempre carregava consigo. Neste memorial escreve:

"Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, e não dos filósofos e dos sábios. Certeza, certeza, sentimento, alegria, paz. Deus de Jesus Cristo. Deus meu e Deus vosso. "Teu Deus será meu Deus". Esquecido do mundo e de tudo, exceto de Deus. Não se encontra a ele fora do caminho ensinado no Evangelho. Grandeza da alma humana. "Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci". Alegria, alegria, lágrimas de alegria. Dele me separei: deriliquerunt me fontem aquae vivae. "Meu Deus, vós me abandonareis?" Que não me separe dele eternamente. "Esta é a vida eterna: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo. Jesus Cristo. Jesus Cristo. Eu me afastei dele, evitei-o, neguei-o e crucifiquei-o. Que eu jamais dele me separe. Não se conserva a não ser pelos caminhos ensinados no Evangelho. Renúncia total e doçura. Submissão total a Jesus Cristo e a meu diretor. Alegria eterna por um dia de provação na terra. Non obliviscar sermones tuos.
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Fonte: ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. Editora Paulus.

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