quarta-feira, 19 de março de 2008

Eu li...Eleitos, mas livres (Norman Geisler)


Norman Geisler é doutor em teologia e PhD em filosofia. Reconhecido como um dos maiores apologistas (defensor) da fé cristã, Dr. Geisler sentiu-se impelido a escrever este livro em resposta aos seus alunos que durante um período de 35 anos fizeram mais perguntas a cerca do tema da salvação do que qualquer outro. Entretanto ao ler este livro tive a impressão de que Geisler não teve a plena intenção responder seus alunos mas de responder de forma crítica ao teólogo, pastor e professor R.C. Sproul, chamado no livro em questão de calvinista extremado ou radical.
Geisler busca na filosofia lógica uma visão equilibrada entre Calvinismo (predestinação) e Arminianismo (livre-arbítrio). Mas vale observar que o autor não foi nem um pouco equilibrado ao declarar como incorretos e anti-bíblicos quatro pontos da doutrina calvinista que é composta por cinco, a saber: Depravação total, Eleição Incondicional, Expiação limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos santos. Geisler aceita apenas a doutrina da perseverança dos santos, mesmo assim ele se declara como calvinista moderado. O que parece uma contradição. O leitor mais informado se certificará de que o autor é um arminianista convicto apenas mudou o rótulo.
Pessoalmente, estudando as argumentações de todos os lados, calvinistas, arminianistas e agora o auto-intitulado moderado Norman Geisler, sinto que estou em um debate sério e acirrado sobre quem veio primeiro: ovo ou a galinha? Ou se a bolacha é boa porque é fresquinha ou é fresquinha porque é boa?
De um modo geral a proposta do livro é boa: dialogar entre a soberania de Deus em salvar seus escolhidos e a necessidade da livre-escolha humana de rejeitar ou aceitar a oferta divina, uma vez que a radicalidade em cada um deste extremos pode levar a sérias contradições bíblicas e a unilateralidade entre cristãos.

6 comentários:

Anonymous disse...

Se todos pudéssemos ver o céus, nunca iriamos contra a vontade de Deus em salvar a todos... Mas porém se creio, e muito feliz, de que fui um dos escolhidos a ser salvo, não sei dizer se em algum momento Deus pode ter tocado na minha vontade de não querer largar o mundo, para que depois pela minha vontade própria e tendo vivênciado parte da glória de Deus queira optar pela vida santa( pq é muito louco como nós temos a opção de escolha independente da nossa vontade, como alguns profetas que fizeram coisas que não sentiam vontade para satisfazer a Deus, Jonas é um exemplo).... Mas só sei que a maior prova de Deus nos dar a opção de escolha, foi ter colocado a árvore do conhecimento no jardim do Éden..

PAULO CESAR ALBUQUERQUE disse...

algo que eu, enquanto arminiano, nunca havia entendido é que; LIVRE ARBÍTRIO, amplo, geral e irrestrito só existiu de fato antes do pecado. Não fosse a graciosa e soberana intervenção DIVINA na vida dos pecadores, estaríamos irremedialmente perdidos. 'mortos em delitos e pecados' efesios 2.1 .hoje, como calvinista,posso dizer com toda força de meu ser: 'SOLI DEO GLÓRIA'

Daniel Grubba disse...

Olá Paulo,
Acredito que as duas concepções tem suas limitações. Mas a calvinista respeita com mais humildade a soberania divina.
Concordo com você sobre a questão do livre-arbítrio, pois uma liberdade absoluta em um mundo governado por Deus é uma contradição.
Abçs,
Daniel

Leonardo Gonçalves disse...

Também li esse livro, rs...

Li esse e o Eleitos de Deus, do Sproul. Já fui um arminiano fervoroso e também um calvinista convicto. Hoje não me identifico nem como um nem como outro, e tenho certa aversão a esses rótulos.

A fé reformada não pode ser resumida em cinco pontos, e nem em cinquenta! Algumas vezes me senti encurralado contra a parede ao perceber certos paradoxos nas Escrituras, até o dia que eu entendi que o paradoxo não é fortuito no cristianismo, mas essencial a ele.

Sou salvo no tempo, e no atempo; Sou eleito, porém livre. Chamem-me de barthiano se quiserem, mas eu creio em paradoxos da fé!

Abraço fraterno,

Leonardo G. Silva

Daniel Grubba disse...

Oi Leonardo,
Que bom recebê-lo aqui.
Estou ainda neste processo de adequação e não ando muito preocupado em esteriotipar minhas convicções teológicas. Acredito que devemos ser, acima de tudo, equlíbrados. Tenho buscado isso.
Mas sinceramente estou mais para o pensamento de Calvino, porque nossas críticas ao neopentecostalismo parecem encontrar no arminianismo um ponto de partida, uma base onde se apoiar. Um exemplo disso, é a doutrina da maldição hereditária.

Abraços,
Daniel

Anonymous disse...

Estou pouco me lixando pra Armínio e Calvino. O fato é que a bíblia ensina claramente que Deus é soberano e que o homem possui livre arbítrio(responsabilidade humana implica inevitavelmente em lívre arbítrio). O resto é pura bobagem. É claro que um calvinista não iria gostar do livro do Norman Geisler. Ele expõe com muita propriedade as incoerências absurdas de conclusões do tipo: "Todos", não significa todos, mas alguns.

Os calvinistas não são nada humildes. Muito pelo contrário. Eles dizem que os que pensam contrários a eles, assim o fazem porque eles são despreparados. Nós, dizem eles fazemos a exegese dos escritos originas. Somos assim capazes de entender verdades profundas etc.. Pura baboseira. Falta-lhes humildade para reconhecer o que está claramente escrito na bíblia:

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não QUISESTE!" (Mateus 23:37)

Se não existisse livre arbítrio e a capacidade do homem dizer não a Deus, a lamentação de Jesus seria irrelevante. Nada disso. Deus ama a todos e deseja que todos sejam salvos (I Timóteo 2.4). Porque todos não são salvos então? Porque a despeito do amor de Deus pela humanidade (João 3:16), nem todos dizem sim.

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