segunda-feira, 2 de março de 2009

O que aprendi com Sören Kierkegaard



Meus primeiros contatos com o pensamento de Sören Kierkegaard se deram através da perspectiva do outro, isto é, tudo que sabia a seu respeito era baseado na leitura e interpretação de terceiros. Me foi dito que seu método de investigação cognitiva era guiado por um processo de suspensão racional. Que também era considerado "pai do existencialismo". E mais, responsável indireto pela escola fideísta (a fé é um salto no escuro). Tudo dito por alguém que o leu e o julgou, principalmente pelos "defensores da fé". Portanto, como um estudante de apologética, aprendi a vê-lo com toda sorte de preconceitos possíveis, olhando sempre pelo lado negativo, e tudo isto antes mesmo de conhecê-lo. O que é isto senão dogmatismo?

Resolvi ler e tirar minhas conclusões. Ainda sei muito pouco sobre sua obra, mas o que aprendi?



Que a atitude dogmática nos afasta da verdade, sufoca o livre diálogo e reduz o ser a um esteriótipo vazio de significado. Sim, estava sendo dogmático.


Que seu conceito de fé não invoca o irracional, mas coloca a fé acima da razão. Não suspende o raciocínio, mas não se prende absolutamente a ele. Para Sören, fé é crer no Absurdo.


Que a fé pertence ao mais alto grau de elevação existencial. A fé é superior a estética e a moral.


Saindo do campo filósofico das idéias, aprendi principalmente que não devo julgar quem quer que seja, a partir da análise de terceiros. Devo tirar minhas próprias conclusões a partir da minha própria reflexão. Se quero fazer uma crítica a um escritor, por exemplo, deve lê-lo em primeira mão.


Enfim, leia tudo e tire suas conclusões. Faça isto pelo bem da tua alma. E mais, leia não só os livros, mas os fatos, a vida, a história. Se você assim não fizer, alguém fará por você. Ai você perderá a capacidade de analisar, se tornará um fundamentalista, repetidor de discurso e a verdade estará longe do teu coração.

6 comentários:

Eliel Vieira disse...

Muito bom seu blog. Linkei-o no meu blog... se puder fazer o mesmo agradeceria ;)

Blessings

Roberto Vargas Jr. disse...

Carísssimo Daniel,
Tive o mesmo tipo de preconceito. Também achava que o cara, como "pai do existencialismo" tinha algo de errado. Mas quando li um texto mais específico sobre ele, sua vida e obras, com citações suas, só puder ter uma exclamação: "o cara era muito crente!".
ainda não li seus textos diretamente. Mas é óbvio que não concordarei com tudo. Mas é certo que você tem absoluta razão: devemos ler o cara se queremos ter uma opinião correta sobre ele!
Em Cristo,
Roberto

Daniel Grubba disse...

Oi Roberto,
Também tive a mesma percepção. Achei ele bem crente mesmo. Algumas citações falam do amor devotado a Deus.
Ei li o livro Temor e Tremor que trata da vida de Abraão, especificamente do evento do sacrifício de Isaac. Não é uma leitura fácil, terei que ler novamente com mais calma...rsrsr...

Obrigado pela visita e comentário,
Abçs,
Daniel

Omar Nascimento disse...

Paz Roberto.
Quem escreveu este texto, vc? Caso positivo, meus parabéns, tanto pelas colocações acerca do dogmatismo, qto pela qualidade da leitura. Sören não é para qualquer um, é para quem está bem treinado em usar um dos dons exclusivos que Deus deu ao homem, pensar!
Abrçs,
Omar.

Daniel Grubba disse...

Oi Omar.
Meu nome é Daniel, não Roberto..rs..
Fui eu que escrevi estas simples considerações acerca dos meus primeiros contatos com a obra direta de Kierkegaard.
De fato, acredito que se alguém quiser ler este fantástico filósofo, ele deve se esforçar um pouquinho. Mas vale muito a pena.

Obrigado pelo comentário e sua visita,
Abração,
Daniel

Roberto Vargas Jr. disse...

Olá, Omar.
Como você vê, o texto é do Daniel. Sou apenas um visitante do blog. Mesmo assim, espero ser contado entre os que pensam! ;-)
Meu blog procura expor isso, meus pensamentos.
Grande abraço,
Roberto

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