terça-feira, 18 de agosto de 2009

A casa vazia do diabo


Texto: Daniel Grubba


Quem deu este tipo de poder a esta criatura? Certamente não Deus!Ele o baniu! Ele não tem poder natural...A triste verdade é que a força dele vem de nós. Porque acham que ele trabalha tanto? Arrematando o máximo de almas humanas possíveis só porque elas possuem o que ele não tem: livre-arbítrio.

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Esta pequena sentença acima foi pronunciada por Anthony Hopkins no filme "O Julgamento do diabo". Com estas palavras o júri composto por alguns mortos ilustres, entres eles Oscar Wilde e Ernest Hemingway (não me pergunte o motivo), decretou a libertação da alma do fracassado escritor interpretado por Alec Baldwin, que após uma série de desgraças vendeu sua alma para o diabo (interpretado pela atriz Jennifer Love Hewitt) em troca de sucesso e fama. Não precisamos dizer que a vida do pobre escritor mudou para melhor, no entanto os efeitos colaterais se tornaram, com o passar do tempo, insuportáveis. O preço desta negociata com o diabo foi alto demais: ele se tornou um ser infeliz, vazio, descaracterizado e sua vida se tornou uma grande farsa.

Algo me chamou atenção na fala de Hopkins, o advogado do escritor vendido. Ele disse que o diabo não possui nada que venha dele mesmo. Esta criatura desprezível, é absolutamente vazia. C.S. Lewis no seu irônico livro "Cartas de um diado a seu aprendiz" se referiu ao diabo como um ser vazio, que deseja ardentemente sugar a essência dos homens, e que seu principal objetivo nesta guerra é criar um mundo no qual o Pai das Profundezas possa absorver todos os outros seres nele mesmo. Em outras palavras, sua maligna intenção é afastar o homem da luz, arrastá-lo para o nada e absorve-lo até que este ser não exista para si mesmo mas para o "existir do inferno".

Esta é a estratégia desde o Éden. A serpente se alimenta de pó. E de que somos feito afinal de acordo com a antropologia bíblica? Sim, somos pó, e a antiga serpente se alimenta de tal modo que se torna um Dragão no Apocalipse. Seu alimento é sugar a vontade e a liberdade dos seres mais fracos.

É por isso que ele sai em procura de casas vazias e adornadas. Somente em uma casa vazia que este ser vazio encontra habitação, possui e assume controle. Portanto, no desenrolar da história humana ele vai se tornando um regente de pessoas vazias que ironicamente acabam tornando-se "cheias de si mesmo", levando-as a viver uma busca cada vez maior por um prazer cada vez menor, possuindo suas almas e não dando nada em troca. Deste modo, o príncipe da potestade do ar toca sua banda, escraviza, subjuga, e engole os filhos da desobediência, que vivem livremente de acordo com suas paixões vazias, na circunscrição de sua perversa manipulação (Ef. 2.2).

O Deus trino é cheio. Cheio de graça e verdade, benignidade e misericórdia. Ele é a luz verdadeira que ilumina todo homem, e nele não há trevas (vazio). A vida de Jesus revela esta verdade com exatidão, pois o texto sagrado diz que Cristo foi habitado corporalmente por toda a plenitude de Deus (Cl 2.9); Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse (Cl 1.19). - Jesus era absolutamente cheio da vida de Deus. E assim, seguindo a ordem das coisas, somos chamados a sermos cheios da luz divina e de seu santo Espírito (Ef 5.18), transbordando do nosso interior rios de água viva, para a gloria do nosso Deus e Pai de nosso Senhor Jesus.

"E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." (Efésios 3 : 19)

2 comentários:

BaLima disse...

Q texto otimo de bom esse!!!!!!
Nunca tinha parado p pensar no q escreveu... Parabens, seus textos sao bons, viu!!!!!!!!

Daniel Grubba disse...

Olá Bárbara...
Obrigado pelos comentários.
São sempre bem vindos...

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