domingo, 4 de janeiro de 2009

O Genocídio cananeu (Js. 6.21) - Parte I



“E destruíram totalmente, ao fio da espada, tudo quanto havia na cidade, homem e mulher, menino e velho, bois, ovelhas e jumentos”. (Js. 6.21)


Após o fatídico 11 de Setembro de 2001 o mundo se deparou com um termo árabe conhecido como Jihad, popularmente chamado no Ocidente de Guerra Santa. Dentre as muitas interpretações a doutrina islâmica da Jihad pode ser entendida como uma protecção do Islã contra aquilo que eles vêem como influências que "corrompem" a vida muçulmana[1]. Infelizmente, a influencia maligna para alguns militantes islâmicos radicais, é uma camada mundial inteira, chamada Ocidente.


A Jihad e a veloz propagação do fundamentalismo religioso islâmico são repugnantes e altamente conflitantes com os conceitos pós-modernos de nossos tempos, que carregam em si uma forte aceitação ao pluralismo e tolerância religiosa. Porém, o problema não esta confinado apenas ao âmbito teórico ético-filosófico. Oxalá o debate fosse apenas acadêmico. A verdade nua e crua é que idéias geram conseqüências, e más idéias geram más conseqüências, principalmente quando são ligadas a devoções sem limites.


E de fato, o senso comum de todos os seres morais é brutalmente atacado quando tentamos relacionar qualquer tipo de deus, que posso ser referido, com as cenas de terror insano que invadiram nossas telas após o covarde atentado contra os americanos e porque não dizer, contra a espécie humana. Sendo assim, algumas perguntas vêm à tona. Que tipo de divindade pode ordenar uma ação impiedosa como esta? Ou será que houve uma interpretação radicalizada do conceito islâmico da Jihad encontrado no Alcorão? Ambas as questões geram grande desconforto.


Como cristão é muito fácil repudiar estes atos como imorais e anticristãos, logo o próprio Jesus, segundo os relatos dos evangelhos, foi um grande incentivador da paz entre os homens. Basta apenas mostrar como as palavras e atos de Jesus demonstram amor, ternura, compaixão e misericórdia. Diferentemente do profeta Maomé, Jesus nunca desembainhou uma espada a fim de levar a cabo suas ambições, muito pelo contrário, repreendeu a Pedro quando este fez uso dela (João 18.10-11).


O problema, porém para os defensores do cristianismo é que a Jihad ou Guerra Santa não é uma invenção do islamismo. O Antigo Testamento registra o genocídio cananeu em nome Javé (ex. Js 6.21, I Sm 15.3), exatamente de onde Jesus, retirou toda sua ideologia pacificadora. E certamente, estes registros são extremamente embaraçosos para qualquer leitor bíblico. O teólogo Stanley Grundry questiona com sinceridade:


Como o Deus da bíblia foi capaz de ordenar a matança indiscriminada de todo um povo, sobretudo quando no Novo Testamento Jesus nos manda amar os inimigos e orar por eles? [2]



[1] Pode ser entendida como uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário do que muitos pensam, jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às lutas religiosas na Idade Média.

[2] Stanley Gundry(editor), Deus mandou matar? p.7.



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