quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O propósito da construção literária

Por Daniel Grubba

A construção de um texto é uma etapa apaixonante no ofício literário. Quem gosta de escrever, sabe bem do que falo. Há um envolvimento dinâmico do escritor com os processos de inspiração-ação, que confere a alma um sentido estético todo especial.

Poderíamos dizer que nesta construção, a inspiração sem ação é atividade etérea e contra-producente. E ação literária, sem inspiração, é sequidão gramatical; não carrega em si a essência que desperta nossas sensorialidades.

No meu caso, percebo que geralmente um texto começa com um pensamento, uma idéia (ainda vaga), ou um desejo de dar luz a algo que lá no fundo ainda não passa de "rabiscos desconexos" em um papel, que chamamos de mente. Estas idéias iniciais são despertadas por livros, pregações, aulas expositivas, ou simplesmente via "atos de reflexão" a respeito de um objeto qualquer de investigação.

Este processo de construção literária, ganha força na medida que revisitamos este brain storm e o tornamos mais coeso. A coesão se dá justamente quando começamos a colocar no papel as idéias essênciais. Esta parte é muito interessante, pois geralmente é um momento em que começam a aparecer outros elementos que ajudam a tornar o produto final em uma reflexão lógica e racional. Aqui neste ponto entra os elementos complementares da pesquisa.

Deixando de lado o que já foi dito, eu pergunto a vocês: Porque escrevemos? Porque gastamos tanta energia na atividade literária? O que um texto pode despertar no leitor? Pergunto primeiramente a mim mesmo e depois para blogueiros, que como eu, não passam de pseudo-escritores amadores, no bom sentido do termo. Ou alguém aqui, salvo raras excessões, já virou um best-seller? Será que não somos como loucos gritando na praça para os transeuntes que não estão nem um pouco interessados em ler o resultado final de nossas reflexões?

Arriscaria dizer que todo escritor quer ser lido. Nada mais óbvio. O escritor quer uma audiência, um público para suas palavras, suas visões, suas verdades. Eis o que todos nos queremos: uma chance de dizer ao mundo o que sentimos, em que acreditamos, e como a realidade é para nós.

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