quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Elogio da Loucura / Erasmo de Rotterdam

Após um semestre lendo muitos teólogos, filósofos e suas teorias, achei que deveria ler alguma coisa que conferisse ao meu ser um pouco mais de paixão, um pouco mais de loucura. Então, começei a ler a obra do humanista e teólogo Erasmo de Rotterdam (1469-1536), Elogia do Loucura. Que leitura agradável!!!


Acredito que este livro é um santo remédio para todos os que buscam um pouco de equílibrio, para aqueles que sabem que não são meras máquinas pensantes abstratas, para os que ainda carregam paixôes e loucuras, para os que tentaram colocar o céu dentro da cabeça e não suportaram a pressão da infinutude (parafraseando Chesterton), enfim...é um clássico que deve ser lido, reelido e degustado.


No livro de Erasmo quem fala em primeira pessoa é a locura (semelhante alguns textos em Provérbios que mostra a personificação da sabedoria). Portanto, a loucura critica com um sagaz tom de ironia (chega a ser muito engraçado), os fílosofos, racionalistas, papas, reis, e os que se julgam sábios e na verdade são loucos, afinal quem não tem um pouco de loucura?

Não tem como não lembrar da crítica de Jesus aos fariseus. Seriam os filósofos, os fariseus da época de Erasmo? Para Erasmo, "só a loucura leva os homens a verdadeira sabedoria", isto porque o filósofo especula, o louco se entrega. Erasmo questiona: Como viver sem paixão? Os que vivem sem paixão, apenas guiados pela razão, vivem no mundo imaginário de Platão e não neste mundo real. Eles na verdade, acreditam que não são loucos, mas são os maiores de todos os loucos.


Vale lembrar que o "Elogio da Loucura" foi um agente poderoso de influência na vida de Lutero e consequentemente um dos catalisadores da Reforma protestante. É um livro indispensável para todos aqueles que desejam ser pensadores apaixonados e por que não dizer, loucos?

2 comentários:

cincosolas disse...

Daniel,

Agora me deu uma vontade louca de ler! Aliás, estou precisando me voltar um pouco para a literatura clássica.

Você Ortodoxia, de Chesterton? Fiz uma primeira leitura e preciso reler, agora ler pensando. Logo no início ele fala dos loucos deste mundo.

Em Cristo,

Clóvis

Daniel Grubba disse...

Oi Clóvis,

Eu também estou buscando ler alguns clássicos da teologia e filosofia. Por isso fiquei muito admirado com a obra de Erasmo. Tenho certeza que você irá gostar muito.
Quanto a Chesterton, ainda não li inteiro, apenas algumas partes isoladas, mas certamente irei ler.

Deus abençoe,
Daniel

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