O que me preocupa são os conceitos deformados que estão se formando a respeito de Deus. Confesso que já encontrei muitos ‘deuses’ diferentes nesta ‘teologia tupiniquim’ que pairou sobre nossa pátria a partir dos anos 80 e pegou em cheio o cristianismo. O Deus soberano, criador e sustentador do universo foi trocado pelo ‘deus do mercado da fé’, disposto a leiloar sua imagem em cada reunião. Trocamos o Deus Altíssimo, onisciente e onipresente, que independe de nós, pelo ‘deus Papai Noel’ (aquele que, para conquistar admiradores e adoradores, sai distribuindo presentes a granel). Trocamos o Deus que nos guia mesmo nos vales escuros da vida pelo ‘deus paternalista e superprotecionista’, que, em nome de um triunfalismo barato e sem propósitos, não nos deixa passar pelas provações. Trocamos o Deus que nos ensina a viver em paciência e longanimidade pelo ‘deus micro-ondas’ [...] imediatista, que é obrigado a fazer o que eu quero aqui e agora. Concluo que crer ou não crer não é mais a questão. A questão é em que Deus temos crido”.
Quando ouço os pregadores que fazem da fé um show, que fazem seu reino universal, e mesmo outros em igrejas chamadas históricas, preciso dizer que, se Deus é o que estas pessoas dizem que é e ensinam, eu não acredito nele. Sou ateu do deus deles. O deus dos pregadores televisivos e anunciadores do sucesso é um deus mecânico, muito ao estilo das “vending machines”: basta colocar a moeda e pegar a benção. É um deus subserviente, mecânico, previsível, movido pela gasolina das ofertas, impiedoso, que não conhece a graça.
De minha parte, prefiro o Deus do evangelho de João, que vai em busca dos necessitados, que dá a quem não pediu, que abençoa quem não merece, que ama os seus até o fim.
• Marcos Inhauser é pastor, presidente da Igreja da Irmandade e colunista do jornal Correio Popular. www.inhauser.com.br / marcos@inhauser.com.br
Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_conteudo&util=1&categoria=3®istro=986
4 comentários:
Shalom!
1. PRezado Daniel, é uma alegria conhecer seu blog. Este texto do Marcos, é uma realidade e muitas igrejas. Muitos estão fazendo da igreja um mercado. Do púlpito, um balcão. Do evangelho um produto. Dos crentes, consumidores. É o sincretismo religioso, entrando nas igrejas. O que dá certo, é melhor do que é certo.
O Eterno tenha misericórdia de nós!
abraços, Pr Marcello
P.s> acesse: http://davarelohim.blogspot.com/
e veja o texto: Sofrimento: Benção ou Maldição?
Olá Pr. Marcello,
É uma honra recebe-lo aqui.
Fico muito feliz com tua labuta em pregar o evangelho da graça de Deus.
Seja um protestante, combata esta diluição do verdadeiro cristianismo.
Abraços,
Daniel
Tópico muito legal. Pr. Marcello tem toda razão quando diz que estão transformando a igreja em um mercado, até os quatro "P" de marketing estão sendo usados nos púlpitos para angariar mais e mais "clientes".
Produto - Bençãos, milagres, salvação, prosperidade, etc.
Praça - Onde houver miséria e ignorância.
Promoção - Vigília, sete semanas no monte e campanha da prosperidade.
Preço - Dízimos e sua oferta de forma generosa (quanto maior o valor mais forte você bate em satanás)
Realmente desse deus eu sou ateu!
Abraços
Fala Jack,
Gostei muito de teu comentário. Realmente esta idéia dos 4 "P" cabe perfeitamente em alguns casos.
Abçs,
Daniel
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