quinta-feira, 19 de março de 2009

Deste "deus" sou ateu



O que me preocupa são os conceitos deformados que estão se formando a respeito de Deus. Confesso que já encontrei muitos ‘deuses’ diferentes nesta ‘teologia tupiniquim’ que pairou sobre nossa pátria a partir dos anos 80 e pegou em cheio o cristianismo. O Deus soberano, criador e sustentador do universo foi trocado pelo ‘deus do mercado da fé’, disposto a leiloar sua imagem em cada reunião. Trocamos o Deus Altíssimo, onisciente e onipresente, que independe de nós, pelo ‘deus Papai Noel’ (aquele que, para conquistar admiradores e adoradores, sai distribuindo presentes a granel). Trocamos o Deus que nos guia mesmo nos vales escuros da vida pelo ‘deus paternalista e superprotecionista’, que, em nome de um triunfalismo barato e sem propósitos, não nos deixa passar pelas provações. Trocamos o Deus que nos ensina a viver em paciência e longanimidade pelo ‘deus micro-ondas’ [...] imediatista, que é obrigado a fazer o que eu quero aqui e agora. Concluo que crer ou não crer não é mais a questão. A questão é em que Deus temos crido”.

Quando ouço os pregadores que fazem da fé um show, que fazem seu reino universal, e mesmo outros em igrejas chamadas históricas, preciso dizer que, se Deus é o que estas pessoas dizem que é e ensinam, eu não acredito nele. Sou ateu do deus deles. O deus dos pregadores televisivos e anunciadores do sucesso é um deus mecânico, muito ao estilo das “vending machines”: basta colocar a moeda e pegar a benção. É um deus subserviente, mecânico, previsível, movido pela gasolina das ofertas, impiedoso, que não conhece a graça.

De minha parte, prefiro o Deus do evangelho de João, que vai em busca dos necessitados, que dá a quem não pediu, que abençoa quem não merece, que ama os seus até o fim.


Marcos Inhauser é pastor, presidente da Igreja da Irmandade e colunista do jornal Correio Popular. www.inhauser.com.br / marcos@inhauser.com.br

Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_conteudo&util=1&categoria=3&registro=986

4 comentários:

Marcello de Oliveira disse...

Shalom!

1. PRezado Daniel, é uma alegria conhecer seu blog. Este texto do Marcos, é uma realidade e muitas igrejas. Muitos estão fazendo da igreja um mercado. Do púlpito, um balcão. Do evangelho um produto. Dos crentes, consumidores. É o sincretismo religioso, entrando nas igrejas. O que dá certo, é melhor do que é certo.

O Eterno tenha misericórdia de nós!

abraços, Pr Marcello

P.s> acesse: http://davarelohim.blogspot.com/

e veja o texto: Sofrimento: Benção ou Maldição?

Daniel Grubba disse...

Olá Pr. Marcello,
É uma honra recebe-lo aqui.
Fico muito feliz com tua labuta em pregar o evangelho da graça de Deus.
Seja um protestante, combata esta diluição do verdadeiro cristianismo.

Abraços,
Daniel

Jack disse...

Tópico muito legal. Pr. Marcello tem toda razão quando diz que estão transformando a igreja em um mercado, até os quatro "P" de marketing estão sendo usados nos púlpitos para angariar mais e mais "clientes".

Produto - Bençãos, milagres, salvação, prosperidade, etc.

Praça - Onde houver miséria e ignorância.

Promoção - Vigília, sete semanas no monte e campanha da prosperidade.

Preço - Dízimos e sua oferta de forma generosa (quanto maior o valor mais forte você bate em satanás)

Realmente desse deus eu sou ateu!

Abraços

Daniel Grubba disse...

Fala Jack,
Gostei muito de teu comentário. Realmente esta idéia dos 4 "P" cabe perfeitamente em alguns casos.

Abçs,
Daniel

Postar um comentário