terça-feira, 14 de julho de 2009

O labor de Wesley



Texto: Daniel Grubba

Não há modo mais forte e suave de ensinar do que o exemplo.”

Essa frase do orador português Manuel Bernardes (1644-1710) ilustra com perfeição a proposta de estudarmos a história de vidas marcadas pelo intenso amor a Cristo e paixão pelas almas.

Para uma igreja cada vez mais se fechada em si mesma e limitada dentro de seus templos, não há nada mais constrangedor do que estudar a vida e obra de John Wesley. Ao analisarmos suas pegadas na terra vemos quão longe estamos do coração missionário de Deus.

Os feitos de John Wesley são notáveis e certamente este não será encontrado entre aqueles que enterraram os talentos. Enquanto um pastor prega em média 100 vezes ao ano, ele pregava 780 vezes. Durante cinqüenta e quatro anos percorreu toda Inglaterra proclamando a graça de Jesus, desbravando povos e sociedades nunca evangelizadas, principalmente os mineiros, a classe operária mais baixa da Inglaterra - famosos por levar uma vida devassa.

A diligencia para o trabalho cristão era uma marca profunda em sua vida, estima-se que viajou mais de 600.000 km e pregou 40.000 sermões. Acrescenta-se a isso uma infinidade de cartas pastorais que trocava com seus filhos espirituais, envio de pregadores e missionários, construção de capelas, visitas aos enfermos e aprisionados, publicação de duzentas obras, liderança de uma sociedade em expansão (estima-se 70.000 membros ate o fim de sua vida), e isso somente na Inglaterra, sem contar os membros da Irlanda, Escócia e América.

Costumava viajar grande distâncias a cavalo de acordo com seu organizado calendário missionário, porém nunca abandonou o prazer pela vida literária, enquanto cavalgava leu não menos que 1.200 tomos-livros.

Assim como o apóstolo Paulo, Wesley enfrentou todos os tipos de adversidades em suas viagens; suportou com perseverança dias quentes e temporais de neve, perigos de assalto, acidentes de percurso, mas nada podia para este homem que tinha como propósito, salvar almas para Jesus. A fonte do vigor estava na vida de oração e amor pela bíblia.

Tanta paixão gerou grandes perseguições. Enfrentaram multidões enraivecidas, amotinadores rebeldes que odiavam a proclamação da santidade. Estes grupos por inúmeras vezes tentaram acabar com as pregações ao ar livre. Muitas vezes foram apedrejados, saqueados, presos e ate martirizado. Mas a perseguição da Igreja Oficial foi sua verdadeira cruz. Foram denunciados de falsos profetas e agitadores de multidão. E quando não era a igreja, eram os magistrados, prefeitos e juízes que destilavam seus venenos contra este movimento revolucionário e subversivo.

Mas nada pode impedir o agir de Deus. Wesley se recusou a parar de trabalhar em pról do evangelho mesmo em face da morte, sua velhice é tão ou mais prodigiosa que sua juventude e até o fim da vida deste homem notável o evangelho não parou de crescer e se espalhar pelo mundo.

João Wesley foi ao encontro de seu Senhor aos 89 anos de idade, porém sua peregrinação na terra deixou marcas profundas e sete milhões de seguidores de Jesus Cristo nas igrejas metodistas (números aproximados em 2007).


Bibliografia:

Lelievre, Mateo. João Wesley – Sua vida e obra. São Paulo: Editora Vida, 1997.
Duewel, Wesley. Heróis da vida cristã. São Paulo: Editora Vida, 2004.
Boyer, Orlando. Heróis da fé. São Paulo: CPAD, 2002

2 comentários:

O PENSADOR disse...

Muito bom texto Daniel!
Já havia lido um dos três livros citados, o de Lelievre!
Gostei muito da biografia de Lelievre pois ele não está preocupado em torná-lo mais santo do que era. Uma exposição baseada na verdade!

Ótimo Texto...

Daniel Grubba disse...

Oi Ricardo,
Obrigado pelo comentário...
Realmente o livro de Lelievre é muito bom...

Você é de SP? Qual igreja?

Abraços,
dani

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